terça-feira, 30 de setembro de 2014

Alunas lutam contra violência sexual com mulheres em universidades

Vários casos de estupro têm se multiplicado em universidades do país. Alunas criam grupos para dar apoio a vítimas e tentar acabar com esse tipo de violência.

Assista ao vídeo no Portal G1:
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/09/alunas-lutam-contra-violencia-sexual-com-mulheres-em-universidades.html 

A atitude de um grupo de estudantes de uma universidade pública em Minas Gerais gerou polêmica. Eles cantaram uma música que incentiva o estupro em um lugar onde havia outras estudantes. Essa história aconteceu na mesma semana em que uma universitária americana chamou a atenção pela forma como resolveu protestar contra um suposto agressor sexual.

Belo Horizonte, sábado passado. As amigas Luísa e Marcela estavam em um bar. “Foram chegando outros jovens também e muitos deles identificados com a camisa da Bateria Engrenada da UFMG”, conta Luísa Turbino, estudante da UFMG.

A bateria é um grupo musical formado por estudantes de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse tipo de grupo - ou charanga, como também é chamado - se apresenta em festas da faculdade. Só que as músicas, naquela noite, chamaram a atenção.

“Eram músicas de conteúdo sexual que denegriam as mulheres. Principalmente de outras universidades”, lembra Marcela Linhares, analista internacional.

“Em determinado momento começou um grupo menor, começou a cantar a frase: ‘Não é estupro, é sexo surpresa’”, afirma Luísa.

“Eu fiquei muito chocada, muito triste, que as pessoas pudessem considerar aquilo uma brincadeira”, lamenta Marcela.

“Nessa hora, a revolta bateu, a gente já pediu a conta e foi embora do bar”, lembra o namorado de Luísa Daniel Arantes Castro.

Ouvir aquela música foi tão desconcertante que quando a Luísa chegou em casa, ela não conseguia pegar no sono e decidiu: na madrugada mesmo, fez um protesto nas redes sociais. “Mais triste ainda foi ver mulheres envolvidas na cantoria e mais ainda, perceber que ninguém se sentiu incomodado”, diz Luísa ao ler o protesto.

Mas o incômodo se espalhou entre os alunos depois da postagem de Luísa, que cursa o mestrado de Direito da UFMG. Em nota, a Bateria Engrenada afirma ‘lamentar profundamente’ o episódio. Diz que ‘não ignora o ocorrido e que está apurando’ o caso.

A universidade afirma que espera mais informações para abrir um processo administrativo. “Nós esperamos que os alunos, que supostamente estão envolvidos nesse episódio, nos apresentem um relato do que de fato aconteceu”, afirma Sandra Goulart Almeida, vice-reitora da UFMG.

O assunto estupro em universidades também ganhou força nas últimas semanas nos Estados Unidos, como mostra a repórter Renata Ceribelli.

Os casos de estupro e agressão sexual dentro dos campus das universidades viraram assunto de Estado. O Departamento de Educação dos Estados Unidos, a pedido do presidente Barack Obama, está investigando 78 universidades suspeitas de ignorar denúncias feitas por estudantes.

Uma delas virou símbolo dessa luta, e estuda na Universidade Columbia, uma das mais importantes do país. Emma diz que foi estuprada por um colega no quarto da universidade. Ela denunciou o caso à direção, que considerou o estudante inocente. Para protestar, Emma agora só anda pelo campus da universidade carregando o colchão onde teria acontecido a agressão.

“Eu vou levar o colchão comigo enquanto eu frequentar o mesmo campus que o meu estuprador”, conta a estudante.

Um relatório divulgado pelo governo americano mostra que uma em cada cinco mulheres sofreu abuso sexual na faculdade.

Depois da repercussão da história de Emma na imprensa, a Columbia agora obriga os alunos ouvir palestras sobre violência contra as mulheres. O brasileiro Guilherme, estudante de Direito, participou de uma delas. “Não é só porque está em silêncio, um não, um não meio assim, a menina está um pouco bêbada, significa que você pode fazer o que você quiser. Então eles entraram bem a fundo, educação mesmo”, explica Guilherme de Aguiar Franco, estudante.

Emma e outros estudantes montaram um grupo para ajudar outras vítimas de violência no campus. Uma iniciativa que também está acontecendo no Brasil, onde esses grupos são conhecidos como ‘coletivos’.

Um deles é o Coletivo Feminista Gení, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a USP. “Como nunca foi construída na faculdade essa cultura de acolhimento das vítimas, muitas vítimas também não se sentiam à vontade para falar sobre uma violência que elas tinham sofrido”, conta Ana Luísa Cunha, estudante de medicina da USP.

O grupo foi criado no final do ano passado, a partir da denúncia feita por uma estudante. O abuso, segundo ela, aconteceu em uma festa dentro da USP no em novembro de 2013. “Bebi bastante. Eu não estava inconsciente. Eu estava consciente. E aí dois meninos chegaram em mim e tentaram me convencer para ir no estacionamento com eles. E eu falava, não quero. E ele falava: ‘Você quer sim, eu sei que você quer. Eu sei que você gosta’”, lembra a jovem.

Ela diz que estava tonta por causa da bebida e que não conseguiu resistir. “Eles me beijaram, enfiaram a mão dentro da minha calça. Passavam a mão, tudo. Por dentro da roupa. E eu lembro nitidamente na hora que eu estava gritando que não queria e um deles ficou bravo, falou assim: ‘Para de gritar! Para de gritar!’”, conta.

A estudante escapou quando uma colega apareceu. “Ela viu que estava estranho, veio ver o que aconteceu e me chamou. Nisso que ela me chamou eu consegui sair”, afirma.

Quatro dias depois, ela foi aconselhada por amigas e por um professor a fazer um boletim de ocorrência na polícia. E, com ajuda do coletivo, a aluna levou o relato até a direção da faculdade.

“A partir da pressão que a gente fez, foi criada uma comissão para apurar questões de violência dentro da faculdade, entre elas violência contra a mulher”, conta Marina Souza Pickman, estudante de Medicina da USP.

Uma sindicância interna foi aberta em junho deste ano, seis meses depois da denúncia. A investigação está sob sigilo. Em nota, a Faculdade de Medicina da USP afirma que está ‘empenhada em aprimorar seus mecanismos de prevenção de casos de violência’. Diz também que ‘irá adotar punições disciplinares de acordo com o código de ética da USP’.

Fantástico: Eles têm culpa?
Vítima: Têm culpa.
Fantástico: E você se sente culpada?
Vítima: Eu já me senti culpada. Hoje eu não me sinto mais.

“Ninguém tem direito sobre o corpo do outro. Não é? Quer dizer, as meninas podem beber até cair, porque elas bebem ou porque os outros, algum outro fez com que ela bebesse, mas isso não quer dizer que o corpo dela esteja a disposição de ninguém”, afirma Miriam Abramovay, socióloga.

Não existem estatísticas sobre agressões sexuais em universidades brasileiras. Mas os casos se repetem por todo o país: Acre, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo. Agressões cometidas pelos próprios estudantes e por pessoas de fora da universidade, que entram nos campus por falta de segurança.

“A universidade é responsável também. E ela tem que pensar estratégias de combate para todo tipo de violência”, afirma a socióloga.

É a insegurança e a falta de respeito às mulheres que os coletivos combatem em diversos estados. No Coletivo Iara, da Universidade Federal do Paraná, alunas conseguiram fazer com que a bateria do curso de Direito parasse de cantar músicas machistas na recepção aos calouros.

“A partir do momento que a bateria canta isso e isso gera um coro, isso também afeta diretamente as mulheres. Só uma reiteração realmente da violência que ocorre na universidade”, diz Barbara Cunha, estudante de Direito da UFPR.

Enquanto os autores do refrão ‘não é estupro, é sexo surpresa’ não são identificados e punidos, a Banda Feminista da Universidade Federal de Minas Gerais dá a resposta: canta contra o preconceito. “Eles me disseram algo que me deu tristeza, que estupro na verdade é sexo surpresa. Dá uma olhada nisso, é de se indignar. Isso é cultura do estupro e contra isso eu vou lutar. Fora machismo”, cantam as meninas da banda.

Fonte: Portal G1 : http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/09/alunas-lutam-contra-violencia-sexual-com-mulheres-em-universidades.html 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Corpo de estudante desaparecido em festa é encontrado na raia olímpica da USP

O aluno Victor Hugo Santos, de 20 anos, participava de festa do Grêmio Politécnico.
Pessoas que praticavam atividade física chamaram a polícia.

Corpo foi encontrado na raia olímpica (Foto: Reprodução /TV Globo)

O corpo encontrado na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP) na Cidade Universitária, na Zona Oeste, na manhã desta terça-feira (23), é do estudante Victor Hugo Santos, que desapareceu na madrugada de sábado (20) em uma festa dos 111 anos do Grêmio Politécnico no Velódromo da USP.

O delegado do 93º DP (Jaguaré), Paulo Bittencourt, que investiga o caso, esteve no local pela manhã e disse que se trata de jovem. “Uma parente veio aqui e confirmou”, disse. Segundo ele, aparentemente, não há marcas de agressão no corpo.

Victor Hugo, de 20 anos, cursava design gráfico no Senac e havia ido ao evento acompanhado de amigos. Segundo o estudante Artur Sarmento, os shows já tinham acabado quando o jovem desapareceu. "A gente estava saindo da festa. Ele falou: ‘Eu vou buscar uma cerveja’. E nisso a gente se desencontrou”, disse. O jovem se separou dos amigos por volta das 4h30.

O corpo foi retirado na manhã desta terça após pessoas que praticavam atividade física na região avisarem funcionários sobre o corpo. Os bombeiros foram chamados.

A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Elisabete Sato, afirmou ao G1 que vai ser apurado se houve crime ou morte acidental.

Segundo José Carlos Simon Farah, diretor-técnico do Cepeusp e professor de remo, não há possibilidade de que o corpo tenha caído em um córrego perto da USP e tenha sido levado pela correnteza até a raia olímpica. Ele afirma que a única maneira de chegar à raia seria pular o portão de acesso, que estaria fechado durante a festa. Alunos, porém, afirmaram que é possível entrar por um espaço em uma lateral do portão.
Estudante usava essa camiseta quando desapareceu (Foto: Arquivo Pessoal)

Seguranças

Os pais, a irmã de Victor Hugo e os dois amigos que estavam com o estudante prestaram depoimento na tarde de segunda no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A família questiona a ação dos seguranças da festa, após pelo menos cinco pessoas terem relatado pelo Facebook terem visto o jovem sendo agredido pelos funcionários do evento.

O Grêmio Politécnico disse que tinha 140 seguranças e duas ambulâncias no local. Um representante da empresa C.O.S Group, responsável pela segurança do evento, disse não houve registro de brigas durante a festa e que ninguém precisou ser retirado do evento.

Segundo o Grêmio, 5 mil pessoas participaram da festa "open bar", no Velódromo. Marcelo D2 e CPM22 foram algumas das atrações do evento.
Fonte: G1 São Paulo

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Estudante desaparece durante festa na Universidade de São Paulo

Um estudante de 20 anos desapareceu na madrugada de sábado, durante uma festa no velódromo da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital. Victor Hugo Santos, de 20 anos, morador de Osasco, na Grande São Paulo, estuda design gráfico no Senac, e foi à festa com quatro amigos. O caso será investigado pela Polícia Civil de São Paulo.
O estudante teria sumido após se afastar do grupo pra buscar uma cerveja. A família publicou uma foto na página do Facebook da festa dos 111 anos do Grêmio Politécnico da USP, mas ainda não há pistas do paradeiro do estudante. Os pais já procuraram pelo rapaz no Hospital Universitário, Hospital das Clínicas, Santa Casa e até no Instituto Médico Legal (IML).
Reprodução/Facebook
A assessoria de imprensa da USP, por meio de nota, informou que a festa tinha "sido autorizada pela Prefeitura do Campus e, para essa autorização, teve de atender a uma série de critérios relacionados à segurança e à infraestrutura do evento". A segurança do evento estava a cargo dos organizadores, segundo a USP, mas que a "Guarda Universitária fornece apoio e atendimento no caso de ocorrências. Por telefone à TV Globo, um dos responsáveis pela empresa de segurança disse que não houve ocorrência da festas nem algum jovem foi retirado do evento.
Fonte: O GLOBO

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Projeto autoriza polícias Militar e Civil a atuar em universidades

Pela proposta do deputado João Rodrigues (PSD-SC), os órgãos de segurança poderão atuar nos campi, mas não em áreas classificadas como "domicilio"

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7541/14, que autoriza as Polícias Militar e Civil a atuar dentro das universidades públicas. Pela proposta, do deputado João Rodrigues (PSD-SC), os órgãos de segurança pública poderão atuar nos campi, mas não nas áreas e repartições que forem classificadas como “domicílio profissional” – como gabinetes, anfiteatros, auditórios, salas de aulas, laboratórios e bibliotecas.

Nesses locais, conforme a proposta, a segurança será exercida por pessoal interno. Os órgãos de segurança pública poderão, no entanto, realizar patrulhamento rotineiro e operações policiais ostensivas nas áreas e repartições classificadas como domicílio profissional.

Atualmente, em geral, as polícias militar e civil necessitam de autorização dos reitores para autuar nas universidades. Isso decorre da autonomia universitária prevista na Constituição Federal.

Fonte: Agência Câmara

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Durante o XXIII SEMINÁRIO NACIONAL DE SEGURANÇA DAS IPES vigilantes se encontram com Ministro da Educação

O Ministro da Educação esteve na Universidade Federal do Rio Grande do Norte para um evento nesta universidade no primeiro dia do XXIII Seminário Nacional de Segurança e os vigilantes presentes no Seminário foram ao encontro dele;

Durante o encontro, na entrada do prédio mesmo, os vigilantes conversaram com ele e entregaram alguns documentos comprovando a não extinção do cargo e solicitaram concurso publico para vigilante das IFES.

O Ministro disse que iria analisar os documentos e depois informaria a Fasubra.

O diretor da FASUBRA Darci Cardoso, esteve presente juntamente com os vigilantes Mozarte UFRGS, Vanderley UFPE, Lima UNB, Renato UFRRJ, Paulo Prestes UFPEL Euflausino UFRN, Anchieta UFRN.




Abaixo, algumas fotos.

 
 
 

domingo, 7 de setembro de 2014

Estudantes se queixam de falta de segurança no Campus do Vale, na zona leste de Porto Alegre

Presidente do DCE da UFRGS afirma que recebe reclamações quase diárias de roubos a alunos, enquanto o coordenador de segurança da UFRGS relata ter registro de apenas três casos de assaltos no campus neste ano
por José Luís Costa - 03/09/2014 | 06h06

Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reclamam de insegurança no Campus do Vale, na zona leste de Porto Alegre. Casos de assaltos naquela região são recorrentes, e o mais recente relato, que gerou manifestações de alerta em redes sociais, refere-se a um roubo coletivo de alunos que estavam em uma fila de ônibus em plena tarde de sol.

O bandido, armado com um revólver, teria atacado cinco jovens e levado celulares de todos, segundo versão de uma vítima.

– Ele só queria o celular – afirma um estudante que pediu para ter o nome preservado.

Conforme o jovem, o assalto ocorreu por volta das 13h, em um momento que o ladrão teria se aproveitado da ausência de um vigilante no terminal de ônibus – a área do Campus do Vale é território federal e guarnecida por segurança privada, contratada pela UFRGS. O assaltante teria um comparsa com uma lágrima tatuada no rosto – característica de uma quadrilha de Viamão, cuja marca significaria um homicídio que o sujeito teria cometido.

Lucas Herbert Jones, presidente do Diretório Central de Estudantes da UFRGS, afirma receber queixa quase diariamente de roubos a estudantes.

– A sensação de insegurança é grande. Os estudantes estão à mercê dos assaltantes. O foco é a segurança patrimonial e não as pessoas – reclama Jones, que afirma estar cobrando providências da universidade.

Canais na internet

Para mapear com mais exatidão crimes sofridos por estudantes, professores e servidores da UFRGS, foram criados dois canais de comunicação pela internet, no qual as vítimas relatam o ocorrido para posterior cobrança das forças de segurança.

Os canais são Ocorrências – Campus Centro UFRGS (www.facebook.com/ufrgs.seguro) e outro, Segurança UFRGS Comunidade (www.facebook.com/ocorrenciasufrgs).

Pedido de mais policiais foi encaminhado à BM

A 15ª Delegacia da Polícia Civil, responsável por investigar crimes naquela região, não dispõe de estatística específica de roubos no campus.

O coordenador de Segurança da UFRGS, Daniel Pereira, afirma ter registro de somente três casos de assaltos no Campus do Vale em 2014, sendo o último na segunda-feira, com duas vítimas. Pereira acrescenta que a troca de segurança privada, ocorrida recentemente, não tem influência nos índices de crimes.

Pereira lembra que os vigilantes trabalham armados, protegendo tanto o patrimônio quanto a comunidade universitária. O coordenador de segurança afirma que, quando é preciso, recorre à Brigada Militar, o que ainda não teria ocorrido neste ano.

– A UFRGS sempre pensa em segurança máxima, mas não estamos imunes 100%. O índice de problemas aqui é mínimo – garante Pereira.

O coordenador diz que a situação é mais grave no entorno do Campus Centro (próximo à Avenida Osvaldo Aranha) e no Campus Saúde (arredores da Rua Ramiro Barcelos) onde, em 2014, houve registro de 18 assaltos a estudantes. Um ofício foi encaminhado à Brigada Militar pedindo mais policiamento na região.

– Recebi o documento (segunda-feira) e de imediato determinei ações ostensivas e de inteligência para reprimir os roubos – assegura o major Francisco Vieira, comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar.