sábado, 29 de março de 2014

Estudante leva coronhada de pistola no rosto em assalto na UFSC

Calouro de administração foi roubado na noite de quinta-feira (27).
Ele sofreu corte no supercílio e teve chave de moto levada por criminosos.

Um estudante da 1ª fase de Administração levou uma coronhada durante um assalto na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele sofreu um corte no supercílio e teve a chave da moto roubada. O crime ocorreu no final da noite de quinta-feira (27) no campus de Florianópolis , duas semanas após o início das aulas.

Segundo a vítima, Jonathan Guimarães, o assalto ocorreu no estacionamento do Centro Sócio-Econômico (CSE) por volta das 22h. "Eram dois [criminosos] armados. Eu estava no estacionamento, eles estavam sentados em uma mesinha, no escuro. Lá não tem iluminação, não tem segurança", afirma o estudante.

Em seguida, quando ele se aproximou da moto dele, os infratores anunciaram o assalto, mostrando a arma. Eles deram uma coronhada no rosto do jovem e disseram que, caso ele não entregasse a chave do veículo, dariam um tiro nele. Os criminosos, então tentaram ligar a moto, mas ela não funcionou devido a um sistema antifurto. "Saí correndo e me escondi, depois liguei para a PM", conta.

Além de chamar a guarnição, o estudante também ligou para a esposa ir buscá-lo. Ele contou que, como não conseguiram levar a moto dele, os criminosos assaltaram outra pessoa e levaram uma motocicleta. O veículo de Jonathan foi largado no chão, quebrando espelho e entortando o guidão.

Enquanto estava escondido, o estudante foi protegido por um aluno do curso da PM até que a família dele chegasse. Jonathan registrou boletim de ocorrência e, na manhã desta sexta (28) fará exame de corpo de delito no Instituto Geral de Perícias (IGP).

Polêmicas
Sobre as controvérsias relacionadas ao confronto entre polícia e estudantes na universidade, Jonathan afirmou ser "totalmente a favor" da presença da guarnição na UFSC. "Acho que a polícia estava fazendo o papel dela", disse sobre a confusão. "Esses estudantes só querem fumar maconha em um espaço público", declarou, indignado.

Polícia utiliza bombas de efeito moral para dispersar jovens (Foto: Osvaldo Sagaz/CBN Diário)Polícia utilizou bombas de efeito moral para
dispersar jovens (Foto: Osvaldo Sagaz/CBN Diário)
Sobre o confronto
O confronto começou depois das 15h de terça-feira (25), após um estudante ser detido pela Polícia Federal (PF) por porte de maconha no campus de Florianópolis. Cerca de 300 pessoas participaram do movimento em protesto contra a ação policial. A PF chamou a tropa de choque da Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta.

Dois carros oficiais foram virados pelos manifestantes que reagiram contra a ação policial, um da PF e outro da segurança do campus. Alunos, professores, servidores e policiais ficaram feridos após seram atingidos por balas de borracha, spray de pimenta e estilhaços de bomba de efeito moral. No total, cinco foram detidos por porte de maconha. Eles assinaram um termo circunstanciado na delegacia da PF e foram liberados ainda na terça (25).

Alunos protestaram contra prisões de estudantes no campus da UFSC e viraram dois veículos da PM

28/03/2014

Estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) protestaram na tarde desta terça-feira (25) contra a prisão de três pessoas portando maconha dentro da universidade. Após as detenções, aproximadamente 300 alunos cercaram os policiais e depredaram dois carros.

A PF diz que foi até o local conhecido como bosque porque recebeu denúncias de tráfico de drogas dentro do campus. Doze policiais participaram da operação. Três suspeitos foram detidos e em seguida alunos cercaram os policiais.

A PM foi acionada para dar apoio à operação e usou bombas de gás. O efeito se espalhou pelo prédio do Centro de Humanas, causando suspensão das aulas. Os federais saíram escoltados pela PM. Dois agentes da PF ficaram feridos.

Os alunos dizem que os policias agiram com truculência e protestaram contra a entrada dos agentes no campus.

A PF não soube informar se os presos são ou não estudantes da universidade. Segundo os alunos, um acadêmico de Geografia foi detido com cinco cigarros de maconha.

Depois das prisões no bosque, o grupo decidiu ocupar o hall central da reitoria da universidade. Eles se juntaram aos servidores técnico-administrativos que estão em greve e ocupam o auditório da reitoria desde o dia 18.

Na noite desta terça, os estudantes realizam uma assembleia para decidir se permanecem ou não no prédio.

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a UFSC ainda não respondeu.

MEC 

Detenção de jovem que estaria com droga motivou confronto com polícia.

Ministério da Educação diz que tomará as medidas cabíveis e pede a Ministério da Justiça informações sobre protesto na UFSC..

O Ministério da Educação solicitou ao Ministério da Justiça esclarecimentos sobre o confronto entre policiais, estudantes, servidores e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. O ato ocorreu na terça-feira (25), após a detenção de um jovem que, segundo a UFSC, estava com maconha no campus, e o pedido do MEC foi feito nesta quarta (26). 

De acordo com o MEC, assim que receber as informações do Ministério da Justiça e da UFSC, "tomará as medidas cabíveis, com o rigor que o caso exige", disse, em nota.

Protesto

Segundo a Polícia Federal, após o confronto, cinco jovens com idades de 18, 19, 22, 23 e 29 anos foram detidos por porte de drogas e levados para a sede da PF.

Eles assinaram um termo circunstanciado e foram liberados ainda na terça-feira (25). Depois da confusão, dezenas de estudantes ocuparam a reitoria do campus e permaneciam no local até a tarde desta quarta (26).

Segundo relatos, alunos e e professores foram atingidos por spray de pimenta e balas de borracha.

Posição da Polícia Federal

De acordo com o delegado da Polícia Federal Paulo Cesar Cassiano Júnior, a PF tem informações sobre o consumo e o tráfico de entorpecentes no campus, o que motivou a ação. "A Polícia Federal esteve no campus da Universidade porque nós temos informações que nos levam àquele local como um local onde o uso e o tráfico de entorpecentes é bastante comum. Foram essas informações que nos levou até o local e nós logramos efetuar as prisões em flagrante", declarou.

Segundo ele, a tropa de choque da Polícia Militar foi chamada para auxiliar na dispersão dos estudantes.

Posição da UFSC

Segundo a UFSC, o jovem foi detido pela Polícia Federal (PF) por volta das 15h de terça-feira (25). Cerca de 300 pessoas tentaram impedir a detenção, em protesto contra a ação policial. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada e usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Dois carros oficiais foram virados pelos manifestantes durante o tumulto, um da PF e outro da segurança do campus.

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (25), a reitoria da UFSC informou que "foi vítima de uma ação violenta e desnecessária, comandada por Delegados da Polícia Federal, ferindo profundamente a autonomia universitária e os direitos humanos e qualquer protocolo que regule as relações entre as instituições neste país".
Com informações do GT Segurança Nacional das IPES