quarta-feira, 26 de maio de 2010

SEGURANÇA OU VIGILÂNCIA?

Por Sandra Marina
Em uma recente conversa com um velho amigo, este me contou de seus planos de instalar um sistema de segurança em uma de suas escolas. Sua justificativa para investir neste projeto me chamou a atenção: "ter maior segurança" e, por sua vez, "vigiar" os movimentos de seu pessoal em áreas "estratégicas".

Estava tão entusiasmado por me explicar os detalhes que não se deu conta de que meu pensamento estava longe demais, pensando que meu pobre amigo havia caído nas mãos de um "vendedor de equipamento", não de um perito em segurança.

Me deu muita pena de ver em seu rosto uma mistura de preocupação e irritação quando lhe disse que se não levasse em conta muitos detalhes que poderiam reverter contra si, estava se arriscando a realizar a operação mais cara e inútil de sua vida. A seguir lhe fiz algumas perguntas: Já pensou em quem vai abrir a escola e desativar o sistema de alarme quando você não estiver-lá? Quem vai vigiar os monitores do sistema de CFTV, e perante quais circunstâncias o operador deverá reagir? Quem vai administrar o sistema de controle de acesso? Já pensou em contratar mais pessoal para assumir algumas destas tarefas? Sabe qual a experiência de mercado da empresa que vai realizar o monitoramento de seu sistema de alarme?
Finalmente, após uma longa discussão, meu velho amigo concordou que seu principal objetivo é de vigiar ocasionalmente o trabalho de seus empregados para assegurar-se de que cada um esteja desempenhando seu trabalho, sobretudo na área de bebês. Esta última área parecia ser a única que realmente o preocupava e, segundo disse, preferia vigiar a mesma pessoalmente.

Concluindo, ao invés de um sistema de segurança ele necessitava um sistema de vigilância. Finalmente, meu amigo não descartou a idéia do sistema de alarmes, porém se convenceu de que seria necessário contratar duas outras pessoas de absoluta confiança que se ocupariam da operação do sistema, além dele.

Como mostrado nesta estória, a segurança não é um simples ato comercial, mas sim um processo estruturado de análise e estudo dos problemas que nos permita tomar decisões acertadas. Somente desta maneira podemos garantir a efetividade da operação dos produtos e/ou serviços nos quais vamos investir. É precisamente na hora do investimento que cometemos um dos erros mais contraproducentes: basear nossa decisão de compra em preço. É incrível a quantidade de empresas que preparam seus orçamentos de investimentos em segurança a partir do "conhecimento" de seus amigos mais chegados, ou das cotações de equipamentos que solicitaram de empresas listadas nas páginas amarelas. É muito triste ver como os futuros compradores recusam a oferta de empresas sérias quanto a uma visita para avaliar suas necessidades, tal como deve ser feito. Ao contrário, apenas perguntam: "Quanto custa?"

Tampouco estou dizendo que o preço não seja um fator importante a ser levado em conta. Assim como nas pessoas "maioridade" não é sinônimo de "maturidade", na segurança "custoso" não é igual a "melhor". A realidade é que a resposta às necessidades do cliente sempre devem passar pelo filtro de uma boa análise de suas características particulares. Este estudo poder ser tão simples como o da estória de meu amigo, ou tão complexo como o requerido pelas grandes empresas e, independente da forma ou do método utilizado para tal, o importante é que seja feito.

Entretanto, faça uso de seu bom senso e deixe o resto a encargo de um perito em segurança. Desta forma, você terá mais tempo para dedicar-se ao que pode fazer com perfeição: prover informação detalhada e estudar resultados.

Procure por um profissional verdadeiro, mesmo quando seu projeto for pequeno como o do meu velho amigo. Para um experiente em segurança que assim se julgue, e que realmente o seja, não importa o tamanho, o volume, a capacidade ou a importância da empresa ou do negócio que você precisa proteger.

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