domingo, 6 de novembro de 2011

RELATÓRIO DO I SEMINÁRIO DE SEGURANÇA DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS - USP

Data do evento: 05 de junho de 2011 – das 07:30 as 18:00
Seminário ocorreu no Auditório “Ariosto Mila” da FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rua do Lago, 875 – USP – São Paulo.
O objetivo do Seminário foi o de difundir e disponibilizar conhecimentos, experiências, metodologias, estatísticas e pesquisas aplicadas na gestão de segurança das Universidades Brasileiras, onde a prioridade foi levar aos participantes do evento informações para fomentar o desenvolvimento de um modelo de segurança aplicado a todas as Instituições de Ensino Superior do Brasil.
Pela manhã, do dia 05/07, ocorreram quatro palestras, sendo a primeira com o Sr. Ronaldo Pena, Diretor de operações da USP, Coordenador do GETS.
Foi relatado o caso da USP, o assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, no estacionamento da FEA-USPo histórico envolvendo as ocorrências, de 1999 a 2011,as perspectivas para 2012 e o sistema de segurança que vem sendo implantado ao longo desses anos.
Atualmente a USP atua com guardas universitários concursados, vigias universitários, também concursados, vigilantes terceirizados e, ainda, apoio da polícia, que faz rondas constantes tanto no interior quanto no entorno da Universidade.
O programa de segurança enfoca o tripé Metodologia, Recursos Humanos e Tecnologia. No início da implantação do sistema houve grande resistência, tanto por parte dos próprios seguranças e gestores quanto do restante da comunidade universitária. Após cinco anos de implantação, com campanhas de divulgação e busca pela participação efetiva da comunidade nos projetos de segurança, a aceitação e participação tem girado em torno de 45%. Ficou evidenciado que para que haja aceitação é necessário conclamar a comunidade para participar, tanto da elaboração, acompanhamento e avaliação dos projetos. Não adianta que venha de “cima”, não pode ser imposto. É preciso que haja participação em todos os momentos.
Segundo o Diretor de Operações, as adequações tem de ser constantes e, mesmo assim, ainda ocorrem situações inusitadas, que não tem como ser evitadas. Mas é importante que se tenha, já estabelecidas, medidas de contenção específicas para a gestão de crises com possibilidades de gestão pós ocorrência.
A segunda palestra ocorreu com o Sr. Guaracy Mingardi, Cientistas Político, Dr. Pela USP e Especialista em Segurança Pública. Ele explorou a importância de uma política de segurança, que contemple as comunidades do entorno da universidade, assim como a importância de não segregar a comunidade carente frente a comunidade não carente. A aceitação da comunidade carente, do entorno, não pode ser diferente do público de áreas nobres ou já habituado a vida no campus. É preciso que essa comunidade se sinta aceita naUniversidade, para que não se sinta como “inimiga”, como intrusa, assim ela passa a se sentir parceira e que também pode ter um “futuro” naquele ambiente. Frisou, também, a necessidade de se dar continuidade aos projetos desenvolvidos, não podendo ser paralisados quando da mudança de gestores. Colocou ainda os benefícios que se tem quando a guarda universitária se aproxima da comunidade, o que deve ser feito pela própria guarda da Instituição, pois este terá uma constância frente a comunidade, diferentemente da guarda terceirizada e, também da polícia militar.
A terceira palestra foi proferida pelo Sr. Armando Luiz do Nascimento, Mestre pela UFPE, Diretor de Segurança Institucional da UFPE. Ele relatou o case da UFPE, das dificuldades que enfrentam, principalmente por os campi estarem rodeados por comunidades bastante carentes e a cidade ter um alto índice de criminalidade. Apresentou o projeto que tem sido utilizado na segurança da UFPE, os avanços que vêm conseguindo e a importância de uma gestão que contemple o planejamento estratégico. Por fim, falou das vantagens que se teria caso a segurança fosse realizada por uma polícia universitária, como nos moldes das polícias universitárias Norte Americanas.
A quarta e última palestra ocorreu com o Sr. Wagner Grans, Gestor em Segurança Pública, MBA em Planejamento Estratégico Ambiental, Coordenador do GIASES (Grupo Integrado de Apoio a Segurança do Ensino Superior de São Paulo). Este relatou a forma de trabalho que o GIASES exerce junto as universidades particulares de São Paulo e a ineficácia do poder do estado frente o tráfico de drogas, roubos e depredações que ocorrem em frente ou ao lado das universidades. Muitas vezes quando a polícia militar é acionada, a mesma não comparece, ou quando o faz não demonstra interesse em resolver situações que são independentes da guarda universitária. Embora considere importante a presença do estado, devido ao alto índice de corrupção na grande maioria das vezes, eles não querem a presença do estado, já que terão que “pagar” pela presença do mesmo, sendo que já o fazem através dos impostos. O GIASES trabalha congregando gestores de segurança patrimonial e trocando experiências e informações para buscar soluções para os graves problemas de segurança no entorno dos Campi de São Paulo. Segundo o Sr. Grans, o grupo GIASES tem conseguido bons resultados e a participação dos responsáveis pela segurança das Universidades particulares de São Paulo tem aumentado a cada dia, haja visto que a violência cresce a um ritmo assustador.
Após o almoço foram apresentados cases de diversos fabricantes de equipamentos eletrônicos de monitoramento e controle de acesso, sendo discutido, pelo Engenheiro Gabriel Furtado, principalmente, as vantagens e desvantagens oferecidas através da qualidade de imagens, posicionamento das câmeras, backup das imagens, armazenamento, transmissão por cabeamento ou wireless, sistema analógico (câmera, dvr e monitores, imagens com baixa qualidade e gde espaço de armagenamento) ou digital (que permite uma compressão maior das imagens, o que facilita enormemente o armazenamento). Estas soluções já são amplamente utilizadas nos campi universitários dos EUA e até mesmo em algumas Instituições no Brasil.
Logo após, o Sr. Alexandre Mori, da AXIS COMMUNICATIONS, apresentou as vantagens do sistema IP (servidores com software de vídeo, câmera, rede IP, estação de trabalho com micros, podendo ser visualizados em qualquer micro ligados a internet, alta qualidade de imagens, ocupa pouco espaço no HD, fácil integração, ótimo custo benefício, escalabilidade e flexibilidade, acesso remoto, inteligência distribuída), para se conseguir um ambiente seguro para as Universidades através do vídeo-monitoramento de alta definição, com facilidade de armazenamento e possibilidade de visualização de imagens utilizando a própria rede já instalada da Instituição. Mencionou, ainda que a tendência do mercado é a de imagens de alta definição, compreensão do tamanho H264, menor que MPEG-2 Part 4, softwares de inteligência com algoritimos que possam analisar o cenário (detecta o cenário e dependendo da situação o sistema identifica e gera um alerta para o operador como situação suspeita, ou seja, não há necessidade de o operador ficar o tempo todo de olho no mesmo monitor, a própria câmera se encarrega de dar o alarme em casos considerados como suspeitos. A câmera inteligente também pode dar o alarme através do áudio e, ainda, possibilita gravação local das imagens – smart card – na própria câmera, caso ocorra algum problema de surto por raios ou mesmo quedas simples de energia.
Logo após, o Sr. Marcos Menezes, Analista de Sistemas Eletrônicos de Segurança e consultor da ABESE, falou sobre novas tecnologias e da necessidade de se saber o que a empresa necessita, para assim elaborar um projeto consistente e adequado as necessidades atuais e futuras da Instituição. Lembrou a importância de se considerar nos projetos as NRs (Normas Regulamentadoras), os Custos de Administração Operacional (TCO). Ainda, relatou as vantagens dos sistemas inteligentes, onde apenas um operador consegue monitorar diversas câmeras, ao mesmo tempo que em outros sistemas um operador monitora apenas seis câmeras simultaneamente por apenas 12 minutos de forma a ter um mínimo de qualidade no acompanhamento.
Conclusão
Devido ao pouco tempo, infelizmente, não foi possível uma participação mais abrangente, até mesmo os questionamentos feitos aos palestrantes ficaram de ser respondidos via e-mail.
Ficou claro a importância de se desenvolver modelos de segurança para as Universidades utilizando o trinômio preventivo de Recursos Humanos com Metodologia e Tecnologia, sempre buscando alternativas para melhorar as condições nos ambientes atingidos pelas variáveis da violência. É preciso, também, promover a cultura de prevenção, enfatizando o ambiente acadêmico, através de campanhas constantes, haja visto que a cada semestre novos grupos de acadêmicos adentram os muros da Universidade. Precisa, também, disseminar entre os profissionais que se ocupam de realizar a segurança efetiva nos campi a importância do planejamento apontado pelos gestores, com práticas preventivas e a utilização e aprimoramento dos recursos disponíveis.
Participaram do evento diversas Universidades particulares do Estado de São Paulo, membros da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, representantes dos setores de segurança de nove Universidades Federais (UFOPA, UFPA, UFRN, UFPE, UFMG, UFJF, UFV, UFU, UFSC).
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