sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Onda de assaltos alarma os estudantes da UFRGS

Alunos organizam protesto contra assaltos e casos de estupro ocorridos em unidades da universidade
Insegurança nos campi18/10/2012

Na quinta-feira da próxima semana, alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizarão no campus do Vale, em Porto Alegre, um protesto contra a criminalidade. Uma onda de assaltos tem encurralado estudantes dos três campi federais da Capital, sobretudo no entorno dos prédios. Ladrões, armados com facas ou revólveres, emboscam os jovens na saída das aulas.

Quem realiza uma pesquisa a respeito não encontra números significativos de crimes, porque a maioria das vítimas prefere não registrar queixa. É que as perdas costumam ser pequenas: anéis, pulseiras, colares (muitas vezes bijuterias) e celulares são os principais objetos levados pelos criminosos, além de dinheiro. Como estudante costuma carregar pouco dinheiro, muitos não vão às delegacias para fazer o boletim de ocorrência. Outros ficam traumatizados e receiam a exposição, ao fazer o registro.

Mulheres também são vítimas de abuso sexual

Isso não significa que os crimes são inofensivos. No dia 4, uma jovem de 22 anos foi agredida a socos, despida e amarrada num matagal no Campus do Vale da UFRGS. A vítima trabalha na portaria de um dos prédios da universidade e caminhava por um dos acessos, próximo ao Instituto de Geociências, quando foi seguida e atacada por um rapaz negro, de cabelos crespos e cerca de 30 anos. Ela levou um soco e desmaiou. Foi arrastada para a mata, amarrada com fios de telefone, despida e teve a boca vedada com fita isolante.

O estupro só não foi consumado porque algumas pessoas se aproximaram e o agressor acabou fugindo. O caso, investigado pela Delegacia da Mulher, é classificado como assalto seguido de tentativa de estupro. A jovem passa por tratamento psicológico.

Em julho, uma outra mulher foi atacada dentro do campus do Vale. Ela não é universitária ou servidora, apenas faz caminhadas na área. A vítima declarou que foi raptada, levada para dentro de um carro, estuprada e abandonada em Viamão.

Assalto em ponto de ônibus

Zero Hora também conversou com duas alunas de Comunicação da UFRGS que foram assaltadas esta semana, numa parada de ônibus próxima ao Campus Saúde (imediações da Rua Ramiro Barcelos). O ladrão, aparentemente drogado, levou pulseiras e dinheiro delas.

— As mulheres são as maiores vítimas. É em decorrência destas e outras situações de violência que decidimos fazer um protesto. Os seguranças que a universidade tem são apenas patrimoniais, gostaríamos de maior policiamento — desabafa a estudante de Ciências Sociais Nina Becker, da coordenação-geral do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS.

Bernadete Menezes, da coordenação-geral da Associação de Servidores da UFRGS (Assufrgs), endossa a crítica com relação à segurança dos campi.

— Há mais de 20 anos não acontecem concursos para segurança aqui. Eles são terceirizados, têm boa intenção, mas tem menos envolvimento com a comunidade acadêmica — pondera.

Fonte: Zero Hora
Enviado por: Paulo Roberto Voigt

Um comentário:

  1. Enquanto isso, na sala de justiça.....
    A terceirização da segurança das IFES segue a todo vapor há quase 20 anos. Hipócritas gananciosos... Até quando?
    VIDAL
    SETOR DE INVESTIGAÇÃO/DESEG/UFSC

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