sábado, 29 de março de 2014

Alunos protestaram contra prisões de estudantes no campus da UFSC e viraram dois veículos da PM

28/03/2014

Estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) protestaram na tarde desta terça-feira (25) contra a prisão de três pessoas portando maconha dentro da universidade. Após as detenções, aproximadamente 300 alunos cercaram os policiais e depredaram dois carros.

A PF diz que foi até o local conhecido como bosque porque recebeu denúncias de tráfico de drogas dentro do campus. Doze policiais participaram da operação. Três suspeitos foram detidos e em seguida alunos cercaram os policiais.

A PM foi acionada para dar apoio à operação e usou bombas de gás. O efeito se espalhou pelo prédio do Centro de Humanas, causando suspensão das aulas. Os federais saíram escoltados pela PM. Dois agentes da PF ficaram feridos.

Os alunos dizem que os policias agiram com truculência e protestaram contra a entrada dos agentes no campus.

A PF não soube informar se os presos são ou não estudantes da universidade. Segundo os alunos, um acadêmico de Geografia foi detido com cinco cigarros de maconha.

Depois das prisões no bosque, o grupo decidiu ocupar o hall central da reitoria da universidade. Eles se juntaram aos servidores técnico-administrativos que estão em greve e ocupam o auditório da reitoria desde o dia 18.

Na noite desta terça, os estudantes realizam uma assembleia para decidir se permanecem ou não no prédio.

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a UFSC ainda não respondeu.

MEC 

Detenção de jovem que estaria com droga motivou confronto com polícia.

Ministério da Educação diz que tomará as medidas cabíveis e pede a Ministério da Justiça informações sobre protesto na UFSC..

O Ministério da Educação solicitou ao Ministério da Justiça esclarecimentos sobre o confronto entre policiais, estudantes, servidores e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. O ato ocorreu na terça-feira (25), após a detenção de um jovem que, segundo a UFSC, estava com maconha no campus, e o pedido do MEC foi feito nesta quarta (26). 

De acordo com o MEC, assim que receber as informações do Ministério da Justiça e da UFSC, "tomará as medidas cabíveis, com o rigor que o caso exige", disse, em nota.

Protesto

Segundo a Polícia Federal, após o confronto, cinco jovens com idades de 18, 19, 22, 23 e 29 anos foram detidos por porte de drogas e levados para a sede da PF.

Eles assinaram um termo circunstanciado e foram liberados ainda na terça-feira (25). Depois da confusão, dezenas de estudantes ocuparam a reitoria do campus e permaneciam no local até a tarde desta quarta (26).

Segundo relatos, alunos e e professores foram atingidos por spray de pimenta e balas de borracha.

Posição da Polícia Federal

De acordo com o delegado da Polícia Federal Paulo Cesar Cassiano Júnior, a PF tem informações sobre o consumo e o tráfico de entorpecentes no campus, o que motivou a ação. "A Polícia Federal esteve no campus da Universidade porque nós temos informações que nos levam àquele local como um local onde o uso e o tráfico de entorpecentes é bastante comum. Foram essas informações que nos levou até o local e nós logramos efetuar as prisões em flagrante", declarou.

Segundo ele, a tropa de choque da Polícia Militar foi chamada para auxiliar na dispersão dos estudantes.

Posição da UFSC

Segundo a UFSC, o jovem foi detido pela Polícia Federal (PF) por volta das 15h de terça-feira (25). Cerca de 300 pessoas tentaram impedir a detenção, em protesto contra a ação policial. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi chamada e usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Dois carros oficiais foram virados pelos manifestantes durante o tumulto, um da PF e outro da segurança do campus.

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (25), a reitoria da UFSC informou que "foi vítima de uma ação violenta e desnecessária, comandada por Delegados da Polícia Federal, ferindo profundamente a autonomia universitária e os direitos humanos e qualquer protocolo que regule as relações entre as instituições neste país".
Com informações do GT Segurança Nacional das IPES

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