Mesa: Por uma nova política de segurança pública para a universidade e o Brasil
Data: 31 de maio (sábado)
Horário: 15 às 17h
Local: Anfiteatro da Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da USP, Av. Professor Luciano Gualberto nº 158 – Travessa 3 - Butantã
A União Nacional dos Estudantes promoveu nos dias 30 e 31 de maio e 01 de junho de 2014, nas dependências da Escola Politécnica da USP, vários debates; dentre os temas discutidos, fomos convidados pela Direção da UNE a participar do debate “Por uma nova política de segurança pública para a universidade e o Brasil”.
Com a finalidade de expor a realidade da segurança orgânica das universidades, discutimos com um grande número de estudantes e convidados, qual o modelo de segurança seria considerado o ideal e que atendesse as necessidades da comunidade universitária de acordo com o contexto atual;
Com a presença do Tenente Coronel da reserva da Policia Militar do Estado de São Paulo, Adilson Paes, a desmilitarização das polícias foi um assunto colocado por todos os presentes como uma alternativa para que se reduza a criminalidade, inclusive a que parte das polícias, que afeta toda a sociedade;
Paes defendeu em sua tese de Mestrado a desmilitarização das policias. Segundo ele, os policiais condenados por homicídios, que foram por ele entrevistados, confessaram que mataram porque enfrentaram nas ruas inimigos e que inimigos quando não morrem, matam. Disseram também que o sistema doutrinário da polícia militar incentiva e ao mesmo tempo favorece aos mesmos cometerem os crimes e por diversas vezes saírem impunes.
Paes sugere a desconstrução do atual modelo de policia para a construção de um modelo civil, onde segundo ele a probabilidade de redução de índices de corrupção e o consequente aumento da sensação de segurança para a sociedade seria maior com mais transparência.
O debate foi tomado por desabafos dos participantes em suas realidades cotidianas, tanto no meio universitário quanto fora da Universidade; muitos acusam que já sofreram algum tipo de violência, até mesmo da polícia e consideram este ser um ponto de partida para as discussões sobre qual o modelo de segurança seria o ideal para o interior das universidades.
A implantação de parceria de postos das polícias no interior dos campi, de rondas ostensivas e de qualquer intervenção sem o convite e consentimento da administração foi completamente repudiada por considerar o modelo de atuação como repressivo, sendo aconselhado que o corpo orgânico das guardas universitárias são melhores preparados, capacitados e direcionados para a realidade das universidades.
Ao mesmo tempo vem sendo notado em âmbito nacional a questão do descontrole da situação no que se refere ao consumo de drogas ilícitas no interior dos campi e as formas de abordagens adotadas tanto pela polícia quanto pela guarda terceirizada, ambas de forma repreensiva e tornando a universidade uma agente excludente ao invés de trabalhar o papel de inclusão; o tráfico presente dentro dos campi é que vem sendo considerado como fator de risco.
Fiz uma explanação sobre a atual situação do quadro de vigilantes orgânicos das Ipes de todo o Brasil, contemplando a quantidade presumida de terceirizados e a quantidade de vigilantes orgânicos; informei sobre os valores gastos com os contratos terceirizados de vigilância, tomando por base o vigente na UFU;
Falei sobre a capacitação e formação a que os vigilantes orgânicos são submetidos e que os terceirizados não, pelo contrário, são preparados para atender outras necessidades que não as demandas internas das universidades; fui obrigado a ressaltar que a idade média dos vigilantes orgânicos remanescentes é alta, acima dos 50 anos e que por atos da administração federal os pedidos de abertura de concurso público estão sendo recusados pelo MEC, pedidos estes que estão sendo formulados através de discussões a nível nacional dos vigilantes orgânicos das Ipes; citei o Seminário Nacional dos vigilantes das Ipes como ponto de referência de discussão da segurança das universidades, destaquei todo o temário para que todos tenham conhecimento do que é discutido durante e após o Seminário e por fim solicitei um empenho conjunto com UNE, DCEs, Sindicatos, Fasubra, Administrações superiores e Andifes em torno da realização de concurso público para a área de segurança, seja ele para vigilante ou para a criação da Polícia Universitária.
Ao final, fizemos as considerações e agradecemos a oportunidade de mostrar um pouco da realidade do quadro da segurança nas universidades públicas e fomos procurados por diversos presentes após o debate para esclarecimentos sobre o tema e possível participação em seminários institucionais programados em algumas universidades, visando aperfeiçoar as ações a serem adotadas na solução destas e de outras situações que requeiram a intervenção, estando relacionadas à área de segurança.
Uberlândia, 05 de junho de 2014
Marco Antonio Silva
Vigilante orgânico da Universidade Federal de Uberlândia
Parabéns Marco,
ResponderExcluirTemos mesmo que buscar apoio da comunidade universitária para abertura de concurso público, pois é ela a maior atingida pelo crescente aumento da criminalidade, a qual respinga no interior dos campi. Vamos botar essa gente a lutar pela aprovação da PEC 38, pois a ideologia e conhecimento da nossa atual segurança orgânica universitária federal é que fará nascer e prosperar a futura polícia universitária federal. Grande abraço
Valmor Vidal
Seção de Investigação e Inteligência - SII
DESEG/UFSC
Saudações Valmor,
ExcluirSei que o pessoal de SC está empenhado, perseveremos que um dia a vitória chegará.
Abraços a todos os colegas, em especial ao Teles e Barbosa.
Marco Silva
DIVIG/UFU