sábado, 25 de julho de 2015

Situações de terror e insegurança são vivenciadas por alunos da USP

Estudantes sofrem com assaltos nas universidade públicas de Teresina. Cerca de 5 mil alunos trocam informações sobre violência pela internet em SP.

O medo em um ambiente que deveria oferecer tranquilidade para formação dos jovens. Alunos vivem situações de terror e exigem mais segurança na maior universidade do Brasil.

Foram vários casos de assalto, sequestro-relâmpago, agressões e até estupro. Os bandidos atacam a qualquer hora do dia ou da noite.

A cicatriz no rosto é pequena. Mas é a primeira coisa que a estudante vê quando olha no espelho. Mais do que a marca no rosto, o que ela ainda não conseguiu superar é o trauma de ter sido agredida por ladrões dentro da cidade universitária. “É pânico, é pavor. É estar o tempo inteiro em alerta, olhando para todos os lados, segurando a mochila e andando mais rápido que der. É a sensação de medo quando eu fui para lá pela primeira vez que eu tive que fazer prova, eu simplesmente não conseguia respirar. Eu só saí correndo até entrar no prédio e encontrar alguém conhecido”, conta a estudante que não quis se identificar.

O assalto aconteceu no mês passado quando ela esperava os pais em um ponto de ônibus. Os ladrões queriam o celular da estudante, mas nem anunciaram o assalto. Já chegaram dando coronhadas no rosto dela. “E aí eles tentaram pegar a minha mochila. Só que como o menor que estava com a arma continuava me batendo depois que eu já tinha entregado o celular, eu fiquei com medo que ele tentasse fazer qualquer outra coisa depois que eu já tivesse entregado tudo, porque ninguém passava lá na hora”, relembra.

Um vigia da faculdade de odontologia viu tudo e acionou a segurança do campus. Na fuga, os criminosos ainda deram tiros em um carro da guarda universitária. A mãe diz que, depois disso, não fica tranquila enquanto a filha não chega em casa. “Você batalha para colocar um filho em uma das melhores faculdades desse país e que depois ela não pode nem frequentar essa faculdade porque ela corre o risco de vida de tomar um tiro”, afirma a educadora Railda Maria dos Santos.

Casos de violência tem se repetido na USP. No mais recente, no dia 11 deste mês, as câmeras de segurança gravaram ladrões agredindo um casal de idosos. No mês passado, uma aluna de 17 anos foi estuprada perto da reitoria. Nesta semana, a polícia divulgou o retrato falado do suspeito. Em março, foram pelo menos 19 casos de sequestro-relâmpago.

Recentemente, a USP trocou toda a iluminação do campus por luzes mais potentes de led. Mas ainda tem muitos pontos do campus mal iluminados. A equipe do Bom Dia Brasil só conseguir fazer gravação com a luz do equipamento. Porque, se desligar, fica escuro.

Para tentar conter a violência, a secretaria de segurança pública e a USP anunciaram um novo projeto de segurança no campus. Mas isso só deve acontecer a partir de setembro.

“É chamado de policiamento comunitário. É um projeto japonês. Dá preferência para policiais universitários. Porque ele sabe o que é universidade. É algo de inteligência”, diz o superintendente de prevenção e proteção universitária da USP José Antônio Visintin.

A presença da polícia no campus divide opiniões. A estudante colombiana acha que precisa melhorar a segurança. Mas não com armas. “Não concordo muito com ter Policia Militar, polícia armada isso eu não gosto. Ajuda polícia que tem a USP”, diz Diana Garcia.

A estudante de economia Beatriz Soares diz que campus precisa de mais cuidado. “Falta se você der uma volta vai perceber que você não vai encontrar. Eu raramente vejo viatura passado por aqui ou coisa do tipo. Também não acho que seja a necessidade da viatura em si, mas de você ter um socorro mais próximo. De ter um monitoramento melhor, por meio de câmeras, seja por meio de outro tipo de segurança que a gente possa chamar”.

A secretaria de Segurança Pública de São Paulo e a USP dizem que antes de implantar o novo sistema de segurança, vão pedir a colaboração de professores, estudantes e funcionários.

Alunos sofrem com assaltos em Teresina, no Piauí

Os estudantes também sofrem com a falta de segurança em outras universidades pelo país. Em Teresina, os alunos de duas universidades públicas do Piauí têm sofrido com os assaltos.

No Piauí, alunos e professores estão assistindo aulas trancados nas salas. No mês passado, um bandido tentou invadir uma sala da universidade estadual, mas foi impedido pelo professor.

Na universidade federal, só este ano foram 25 ocorrências de assaltos, arrombamentos e arrastões. A direção da universidade disse 115 vigilantes fazem a segurança no campus por onde passam todos os dias 30 mil pessoas. Já a universidade estadual disse que está tomando medidas para melhorar a segurança do campus.

Estudantes estão assustados com assaltos à mão no entorno de universidade, em Divinópolis

Em Divinópolis, em Minas Gerais, na Universidade Federal de São João Del Rei, os alunos estão assustados com a quantidade de assaltos a mão armada no entorno da universidade.

O prédio fica em um bairro mais afastado. Cerca de 1,5 mil alunos passam na região. O problema é que no entorno, existem muitos lotes vagos e o mato está alto, a iluminação é ruim, o que facilita a ação dos bandidos. Para conter a onda de violência, o policiamento foi reforçado, a universidade contratou mais seguranças. E colocou um porteiro em cada prédio do campus e um segurança no ponto de ônibus. Além disso, câmeras de segurança foram instaladas.

Cerca de 5 mil alunos trocam informações pela internet em São Carlos, SP

Em São Carlos, interior de São Paulo, a informação é a principal arma para tentar combater a violência nas universidades.

Os alunos se uniram e mais de 5,4 mil estudantes passaram a trocar informações sobre a violência na internet em uma rede social. Eles falam sobre pessoas, carros suspeitos no campus e também dizem quando são assaltados. Mesmo no mês de férias, alunos já relataram nove casos de assaltos. Nesta semana um homem foi preso suspeito de roubar o celular de um estudante.

Fonte: Bom dia Brasil - http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/07/alunos-vivem-situacoes-de-terror-e-inseguranca-na-usp.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

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