quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Estudante morre em tiroteio durante festa dentro de campus da UFG, em Goiânia

Fonte: Murillo Velasco, G1 GO

Um tiroteio matou o estudante de ciências ambientais Ariel Ben Hur Costa Vaz (foto), de 32 anos, e deixou outro jovem ferido, na sexta-feira (15), dentro do Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, ainda não há informações sobre a motivação e a autoria do crime. A assessoria de imprensa da UFG informou que caso aconteceu durante uma "Calourada Unificada".

O jovem que foi baleado estava trabalhando no caixa da festa. Ele foi atingido no pescoço e na mão e foi encaminhado para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol). 

"Não tinham testemunhas no local quando nossas equipes chegaram. No local foram encontrados elementos de munição ponto 40, além de vários copos espalhados pelo gramado. Pela dimensão dos objetos jogados no local, tratava-se de um evento de grandes proporções", afirmou o delegado Hellyton Carlos Miranda Carvalho.

Em nota ao portal G1, a reitoria da UFG informou que soube da notícia com "profundo pesar". Disse que o evento era de responsabilidade do Diretório Central de Estudantes (DCE), que havia pedido autorização à universidade para realização do evento. Segundo a instituição, a contratação de seguranças, a locação de banheiros químicos e a limpeza após a festa era de responsabilidade dos estudantes que organizaram o evento (veja íntegra da nota abaixo).

Por sua vez, o DCE divulgou nota à TV Anhanguera em que afirma que o evento foi realizado pelo diretório, junto com centros acadêmicos e as atléticas dos cursos, com "o conhecimento e anuência prévios da reitoria da UFG". Disse ainda que o evento "contava com o apoio de duas empresas de segurança privada: uma que presta serviços para a própria UFG e é responsável pela segurança geral do campus e outra contratada especificamente para o evento".

O caso aconteceu por volta das 23h de sexta-feira, no gramado entre o Centro de Convivência da UFG e a Faculdade de Artes Visuais (FAV), no Setor Itatiaia, região norte de Goiânia. Segundo o delegado, os dois jovens foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, e Ariel morreu quando estava a caminho do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Setor Campinas.

Comoção

O irmão de Ariel, Tiago Ben Hur, disse em entrevista à TV Anhanguera que o estudante era apelidado carinhosamente pelos colegas como “vovô”, por ter idade acima da média da turma. Além disto, disse que ele havia lutado muito para entrar na universidade.

“Meu pai e minha mãe estão acabados, porque quem ficava em casa com eles era meu irmão. Eles agora não sabem o que fazer, porque tem uma casa grande, sem ninguém para morar agora”, disse, emocionado.

Confira a íntegra da nota divulgada pela UFG:

É com profundo pesar que a Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu a notícia da morte do estudante Ariel Ben Hur Costa Vaz, que cursava Ciências Ambientais, na madrugada deste sábado (16/9). É um momento de grande dor e tristeza para toda a comunidade universitária. A UFG se solidariza com familiares e amigos e expressa as mais sinceras condolências diante desse trágico acontecimento.

Desde que foi informado do incidente envolvendo o estudante, na noite desta sexta-feira (15/9), o reitor Orlando Amaral determinou que a equipe de Segurança da UFG, que estava instruída a monitorar o evento, coletasse mais informações para esclarecer o caso, que será acompanhado de perto até a identificação dos envolvidos e apuração de responsabilidades.

O estudante foi baleado durante uma festa promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), no Câmpus Samambaia. Como acontece todos os anos, o DCE solicitou à Reitoria da UFG autorização para realizar sua tradicional calourada, como forma de promover a integração dos novos estudantes. A festa, que previa em sua programação a apresentação de grupos musicais, ocorreu nesta sexta-feira (15/9), no período de 15h às 23h. A contratação de seguranças, a locação de banheiros químicos e a limpeza após a festa era de responsabilidade dos estudantes que organizaram o evento.

A Reitoria continua em contato com os organizadores da calourada e com a equipe de Segurança da UFG para apurar mais detalhes sobre o incidente e reitera o compromisso de trabalhar para o melhor esclarecimento dos fatos e a apuração de responsabilidades.

UFG suspende festas no campus após morte de estudante, em Goiânia

Por Sílvio Túlio, G1 GO 18/09/2017

A Universidade Federal de Goiás (UFG) proibiu a realização de qualquer festa em seus campi até que sejam definidas "normas para a realização destes eventos". A decisão, informada em nota nesta segunda-feira (18), foi tomada depois que o estudante Ariel Ben Hur Costa Vaz, de 32 anos, foi morto a tiros e outro rapaz ficou ferido durante uma "Calourada Unificada". A Polícia Civil investiga o crime.

O comunicado da instituição destaca ainda que a reitoria "continua trabalhando para apurar mais detalhes sobre os fatos" relacionados ao homicídio.

Ariel foi assassinado na última sexta-feira (15), no gramado entre o Centro de Convivência da UFG e a Faculdade de Artes Visuais (FAV), no Setor Itatiaia. Segundo a polícia, os dois jovens foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros, e Ariel morreu quando estava a caminho do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Setor Campinas. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos.

O rapaz ferido trabalhava na lanchonete da festa. Ele foi alvejado de raspão no pescoço e na mão e está internado no Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Segundo a assessoria de imprensa da unidade, a família não autorizou o repasse de informações relacionadas ao estado de saúde dele.

O evento foi organizado pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) com a autorização da UFG. Em nota à TV Anhanguera, o diretório afirmou que a festa "contava com o apoio de duas empresas de segurança privada: uma que presta serviços para a própria UFG e é responsável pela segurança geral do campus e outra contratada especificamente para o evento".


Ariel Ben Hur Costa Vaz morreu baleado em festa na UFG, em Goiânia, Goiás

Investigação

O delegado Marco Aurélio Euzébio Ferreira, responsável pelo caso, disse que deve começar a colher depoimentos nesta tarde. Devem ser ouvidos pessoas que estavam na festa, assim como parentes da vítima. No entanto, ele não informou quantas e quais pessoas serão ouvidas para não atrapalhar a apuração.

“Ainda não temos nada de concreto. Tinha muita gente envolvida. Vamos começar os depoimentos para ter um norte, analisar e concluir o que ocorreu”, disse ao G1.

Irmão de Ariel, o técnico em construção civil, Tiago Ben Hur, de 30 anos, acredita que o irmão foi assassinado ao tentar tirar o amigo de uma briga.

“Amigos do Ariel contaram que um rapaz que estava com eles foi ao banheiro e, ao sair, esbarrou em outro cara, que começou a discutir com ele. Começou uma confusão e várias pessoas começaram a bater nesse rapaz. O Ariel se aproximou para tentar separar, tirar o amigo dele de lá, quando um homem que ninguém sabe quem é sacou uma arma e atirou nele”, disse.

Ele afirmou que o pai fez uma cirurgia de coração há cerca de 40 dias e que todos estão preocupados com saúde dele. "Ele colocou dois grampos, tem pressão alta, ele já é um senhor de idade. Estamos fazendo tudo para tentar segurar ele, para dar apoio para ele”, pontua.

Thiago afirma que quer Justiça e culpa a UFG pela morte do irmão. É uma festa de estudante, sabe que é um monte de gente bebendo, se divertindo. Sabe que tem que ter uma segurança. Não tinha segurança, não tinha ambulância, não tinha nada. A gente fica assim porque a UFG deixou?", questiona.

Sobre a acusação, a UFG informou à TV Anhanguera que a responsabilidade sobre a festa era do DCE. A institução pontuou que vai apurar junto aos seguranças que trabalharam no evento detalhes para esclarecer o caso.

Enviado por: Mozarte - UFRGS

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