quarta-feira, 13 de abril de 2011

Comissão de Segurança não pautará projetos sobre porte de arma, diz presidente

Deputados discutem uso de armas com secretário de Segurança do Rio.

Beltrame (D) prometeu colaborar com a elaboração de projetos de lei relacionados à segurança pública.
 
O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, deputado Mendonça Prado (DEM-SE), anunciou hoje que não vai pautar na comissão nenhum projeto que amplie o uso ou o porte de arma de fogo “até serem apresentados estudos que comprovem a real necessidade”.

Acompanhado dos deputados do Rio de Janeiro Alessandro Molon (PT), Stepan Nercessian (PPS) e Dr. Carlos Alberto (PMN), Prado discutiu nesta segunda-feira (11) com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, a segurança dos estabelecimentos de ensino e o uso de armas de fogo no Brasil.

Na quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, atirou contra os alunos e se matou. Além dos 12 estudantes mortos, 17 pessoas ficaram feridas. “O caso de Realengo está merecendo uma atenção especial das autoridades, pois foi o primeiro no País e, portanto, deve ser estudado para que não surjam novas ocorrências”, disse o presidente da comissão. “O que queremos é estabelecer normas gerais para que no Brasil, em todos os estados e municípios, haja políticas capazes de inibir e até impedir que sejam praticados crimes no interior das escolas”, acrescentou.

O secretário Beltrame se colocou à disposição dos parlamentares para colaborar com a formatação de propostas que tratem dos diversos temas relacionados à segurança pública. Os deputados se comprometeram a apresentar projetos capazes de instituir maior controle das armas de fogo e também das munições no País.

Armas de policiais

Outro assunto da pauta foi o controle das armas no âmbito das forças policiais. Os parlamentares discutiram formas de inibir o uso indevido. Os deputados assinalaram que existe hoje uma discussão forte sobre esse tema, porém, consideraram que tão importante quanto o controle dessas armas é verificar o uso das munições: como são adquiridas, sua origem e a melhor forma de controlar. “Temos um número gigantesco de armas ilegais, com origem criminosa; mas temos também armas legais que se tornaram ilegais. O grande problema do Brasil hoje é o controle da arma legal. Muitos crimes são praticados com armas das forças policiais, inclusive das Forças Armadas”, assinalou o presidente da comissão.
Debates na Câmara

Os deputados João Campos e Décio Lima debatem a necessidade de alterações no Estatuto do Desarmamento em entrevista à TV Câmara.
 
Prado adiantou que a comissão vai promover seminários para discutir os dados sobre violência nas escolas levantados pelas secretarias estaduais de Segurança Pública: "Vamos continuar dialogando com as autoridades e especialistas sobre esses temas. Vamos também iniciar uma série de audiências e seminários, em Brasília, para produzir leis que propiciem ao Estado brasileiro um controle mais eficiente, pois temos a convicção de que esse é o maior problema.”

O deputado Molon informou que já propôs a recriação da subcomissão especial para controle de armas e munições no País. “A subcomissão já existia na legislatura passada e eu proponho que se continue a discutir quais medidas podemos adotar para evitar tanta facilidade no acesso a armas e munições, como ocorreu com esse rapaz que comprou uma arma por R$ 200.”

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