segunda-feira, 23 de maio de 2011

UFPE - SISTEMA MODELO DE SEGURANÇA UNIVERSITÁRIA

Apesar das ocorrências, coordenador garante que o sistema de segurança da UFPE é modelo para outras universidades brasileiras
Por Débora Duque
fotos por Sofia Costa Rêgo
do site: Descampado

O Coordenador de Segurança e Defesa Patrimonial da UFPE, Armando Nascimento, é taxativo ao afirmar que a universidade não só possui o maior contingente de seguranças entre as instituições federais de ensino, como também que seu sistema serve de modelo para outras universidades. De acordo com ele, comparado aos índices de violência das 28 comunidades que cercam a UFPE, o número de ocorrências dentro do Campus é relativamente pequeno.
Seguindo o padrão norte-americano de segurança universitária, o sistema da UFPE conta com 336 agentes, dos quais 58 deles participam do Grupo Tático Operacional (GTO), responsável pelo policiamento das áreas comuns e que futuramente, poderão portar armas de fogo. Os demais realizam a segurança interna dos centros, onde devem ficar circulando diariamente.
No entanto, segundo Armando, a ausência de servidores na área de portaria e recepção dos centros tem levado alguns diretores a desviar esses profissionais de segurança de sua verdadeira função. “Lá no CAC, por exemplo, a gente está com um grande problema. A atual diretora do centro não quer que o segurança de lá faça esse ‘sistema de célula’, de circulação, implantado em 2004. Hoje, quando você chega lá no CAC , os seguranças estão sentados atrás da mesinha, sem acompanhar o que acontece no resto do centro”.
Além do GTO e da segurança predial, existem os profissionais que circulam por oito áreas previamente demarcadas dentro do campus, fazendo o sistema de célula, implantado em 2004. A área que fica entre o CAC, o CFCH, o Centro de Educação e o futuro Restaurante Universitário, por exemplo, está inserida na célula quatro, que é considerada de alto risco. Segundo Nascimento, nenhuma das células é de baixo risco.

A Polícia Federal também auxilia na segurança da universidade, mas não é a única a ter permissão para atuar no campus, como pensam alguns. Ela só atua em casos de dano ao patrimônio ou de desacato ao servidor público em serviço, como aconteceu no caso da ocupação da reitoria, no ano passado, quando um estudante foi acusado de ter chamado um dos seguranças de “macaco”.
A segurança do entorno do campus é feita pelo 12º Batalhão da Polícia Militar. São disponibilizadas quatro viaturas e 12 homens armados para fazer o policiamento diário dos bairros da Cidade Universitária e do Engenho do Meio. Até abril deste ano, a Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (ROCAM), unidade especial da PM, apoiava a segurança da UFPE, fazendo rondas todos os dias, no horário das 07h às 23h, não só nos arredores, onde a segurança interna não pode atuar, mas também dentro do próprio Campus. Com o fim do convênio, somente os próprios seguranças da universidade podem fazer a ronda, com a desvantagem de andarem desarmados.
“A universidade fez um convênio, mas o atual Governo do Estado entendeu que não podia haver polícia recebendo para prestar um serviço que já é uma obrigação dela. Só que a polícia fazia isso na folga. E agora quem é que vai fazer isso na folga? O Governo do Estado não está colocando o policiamento dele. Seria um dever deles, mas não cumprem”, denuncia Armando, que afirma ainda ter conseguido reduzir 82% das ocorrências no primeiro ano em que o convênio foi firmado (2003-2004).
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o convênio foi rompido porque a Procuradoria Geral do Estado e o Tribunal de Contas estão reavaliando algumas questões administrativas, não havendo, assim, previsão para a reativação do acordo. No entanto, a SDS lembra que nada impede que a ROCAM, assim como a Rádio Patrulha, sejam chamadas em caso de ocorrências.
Ainda assim, o término do convênio aliado ao fato de os seguranças da universidade estarem andando desarmados têm sido apontados como algumas das principais causas para o aumento do número de ocorrência dentro do Campus. De acordo com dados da Coordenação de Segurança e Defesa Patrimonial, só no mês de abril foram registrados cinco ocorrências dentro do Campus e seis no entorno. Em 2007, foi registrado esse mesmo número de ocorrências durante todo o ano.

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