quarta-feira, 15 de junho de 2011

Resultado da PM na Universidade: Estudante é torturado e espancado no campus da Universidade Federal de São Carlos

Para quem tinha dúvidas sobre a função da invasão da PM na universidade, uma demonstração. Estudante que participa de ocupação do Restaurante Universitário é espancado e torturado no campus da UFscar.
Os estudantes da Universidade Federal de São Carlos denunciam que um jovem estudante foi parado por policiais dentro do campus universitário e foi espancado e torturado. A acusação era de “estar sob efeito de narcóticos” e “desacato a autoridade”. Exames médicos comprovaram que a acusação era falsa.

Mais uma vez é mostrado como age a polícia militar. Não é para “combater o crime”, mas para a repressão. Uma polícia que não é sequer aceita em organismos internacionais por ser militar e é sistematicamente denunciada por abuso de poder e uso extremo de força, além dos casos de execução sumária, que fazem parte do cotidiano dessa polícia.

O site cita o caso do Complexo do Alemão ocorrido em 2007:


O caso do complexo do Alemão é um exemplo de como atua este verdadeiro grupo de extermínio da população pobre: “Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) há sinais claros de que as pessoas foram rendidas e logo depois mortas. Os laudos, além de apresentarem como as vítimas foram atingidas, com tiros pelas costas, na nuca, tiro à queima-roupa, ou seja, evidências claras de execução sumária, também constataram que pelo menos dez dos dezenove mortos apresentaram hematomas, ferimentos com sangue, escoriações em várias partes do corpo o que indica que as vítimas sofrerão agressão de tortura por parte dos policiais antes de serem mortas, ou seja, a polícia executou pessoas que não tinham como se defender.” (artigo de Causa Operária notícias online, 7/7/2007, Antes da execução sumária, a tortura: assim atua a FSN de Lula).

A imprensa burguesa não divulgou nada a respeito do caso, mostrando assim que é mero veículo para a campanha do governo e das burocracias universitárias de aumentar a repressão nas universidades públicas.

O estudante que estava na comissão de segurança da ocupação feita pelos estudantes no Restaurante Universitário foi agredido na madrugada no dia 8 de junho.

Entenda o caso


Desde o dia 7 de junho de 2011, os funcionários da Ufscar estão em greve, reivindicando reajuste salarial, junto com outras 17 universidades.

A reivindicação é unificada para acabar com o congelamento salarial que dura dez anos e contra o corte da verba para as universidades.

A universidade enfrenta uma série de problemas como a falta de professores e a estrutura física da universidade, que é insuficiente para suportar o aumento de alunos. As precárias instalações ficam sem banheiros e ainda regularmente falta água no campus, especialmente nos alojamentos.

Com a greve dos funcionários, o Restaurante Universitário está fechado.  É feita a distribuição dos alimentos, no entanto com a falta de água nos alojamentos, os estudantes decidiram ocupar o Restaurante Universitário para cozinhar.

Foram criados grupos responsáveis pela cozinha, limpeza e fiscalização para evitar quaisquer tipos de drogas, inclusive álcool, para evitar dar qualquer pretexto para a monstruosa ação da polícia.

Na ocupação são realizadas atividades artísticas, como música, malabarismo, poemas entre outras.

Naquela madrugada, o estudante estava responsável pela vigília do R.U.

Ele encontrou com os policiais que disseram estar fazendo ronda no banco e perseguindo um carro suspeito.

Decidiram realizar a detenção do estudante, afirmando arbitrariamente que estava drogado e “em atitude de desacato”.

O estudante foi agredido quando estava participando de um movimento político na universidade. Este é o motivo de a burocracia e o governo insistirem em colocar a PM no campus universitário.

O Decreto-lei n° 667, de 3 de julho de 1969 assinado por Costa e Silva que reorganiza a política militar no País prevê “Art. 3° Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nos Estados, nos territórios e no Distrito federal atuar  de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem.”

O decreto da ditadura militar brasileira continua em vigor. Sua ação criminosa de massacre da população pobre e da repressão às manifestações dos grupos de oposição ao regime.

Neste momento em que a discussão está entre os membros da comunidade universitária da USP, este caso ocorre mostrando a função que cumpre a presença constante da PM nas universidades.

Matéria do site PCO - Notícias Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário