terça-feira, 23 de agosto de 2011

Simulação de assalto poderia resultar em tragédia na UFRJ

No dia 6 de agosto, sábado, o campus do Fundão foi usado como cenário para uma simulação de assalto sem aviso prévio, o que poderia ter causado uma situação real de confronto envolvendo os vigilantes patrimoniais e a Polícia Militar.

A atividade – uma gravação do Projeto Projovem da Coope – não foi comunicada aos órgãos responsáveis, Prefeitura Universitária e Divisão de Segurança (Diseg), e a encenação do assalto foi interpretada como real pela comunidade e pela própria segurança.

“Poderia ter acontecido uma tragédia, pois não sabíamos da simulação. E a reação da nossa segurança ou a dos policiais poderia ter sido outra”, conta o diretor da Diseg, Juscelino Ribeiro.

O diretor da Diseg fez um registro da ocorrência e o enviou à Prefeitura Universitária. O prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, considerou a questão de extrema gravidade e solicitou à direção da Coppe providências para que o episódio não se repita. “Não fomos avisados e ninguém foi consultado. Todo mundo sabe que para qualquer evento e ou filmagem tem que pedir autorização”, afirmou. Segundo Ivan, o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, informou que o professor responsável fez uma carta pedindo desculpas. E a própria direção também fez mea culpa explicando compreender a posição dos órgãos responsáveis e destacou a importância do projeto como de
interesse social.

O fato

A Diseg recebeu um telefonema do vigilante do Cetem apavorado, dizendo que um motorista estava sendo agredido por um homem no ônibus da universidade.

Três vigilantes seguiram para o local e se depararam com a seguinte cena: três homens – um armado e encapuzado apontando uma pistola para dentro do ônibus, outro em atitude ameaçadora com arma em punho e o terceiro do lado de fora como se fosse um refém. Uma quarta pessoa cai do ônibus como se tivesse sido baleada. 

Segundo Juscelino Ribeiro, diante de uma situação como essa tudo pode acontecer, mas os vigilantes souberam ter frieza para manter distância e chamar o reforço da Polícia Militar. Somente depois da abordagem de dois policiais armados de fuzil e pistola é que o professor responsável pelo projeto se apresentou e explicou que tudo
não passava de uma encenação para a filmagem de projeto e que as armas utilizadas eram cenográficas.

O professor foi advertido pelos vigilantes e os policiais o repreenderam sobre sua irresponsabilidade ao não comunicar a atividade com antecedência. Para justificar, ele respondeu que só avisara a Divisão de Transporte, informando que era o bastante na sua concepção.

Avaliação

“Esse fato não teve proporções desastrosas pela perícia e experiência dos vigilantes da UFRJ e policiais envolvidos. Caso contrário, não teria sido esse o desfecho da abordagem. O professor responsável pela atividade, por ignorar que esse campus tem uma Divisão de Segurança e não ter feito comunicado formal para obter autorização para sua gravação, colocou em risco a vida daquelas pessoas.

Um homem armado e encapuzado ameaçando um ônibus cheio, em qualquer lugar do mundo é um marginal. Um policial desavisado poderia proceder de maneira equivocada, baseado em cena evidente, provocando ferimentos. 

Estaria aí um cenário perfeito de uma tragédia na UFRJ”, avalia Juscelino.

Alerta

O diretor da Diseg informa que toda atividade nas vias públicas deve ser comunicada à Prefeitura e repassada à Divisão, principalmente nos fins de semana. Dessa forma a Diseg tomará todas as providências para garantir as atividades solicitadas isolando a área e mantendo uma viatura de prontidão.

FONTE: Jornal do SINTUFRJ
Enviado por: Juscelino - UFRJ

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