terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ação da PM em desocupação de reitoria da USP é apurada

O Ministério Público solicitou nesta segunda-feira (21) a abertura de inquérito para investigar a ação da Polícia Militar na desocupação da Reitoria da USP.

O pedido da Promotoria diz respeito à atuação da PM no Crusp (Conjunto Residencial da USP) durante a operação, feita na madrugada do dia 8 de novembro.

Segundo denúncias, PMs teriam usado bombas de efeito moral, feito ameaças e bloqueado o caminho de estudantes.

O promotor Eduardo Ferreira Valério afirma ter recebido mais de dez relatos contra a atuação dos PMs no Crusp, que ele classificou como "truculenta".

O caso foi enviado para o Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), para a Corregedoria da PM e para o Gecep (grupo do Ministério Público que fiscaliza a polícia).

"Os depoimentos me pareceram verossímeis para pedir instauração de um inquérito", diz Valério. "Ouvi relatos de alunos que estavam dormindo e foram acordados com bombas de efeito moral."

Leonardo de Cássio Rodarte, 22, aluno de relações internacionais da USP, é um dos que enviou depoimento ao Ministério Público.

Ele afirma que foi acordado com barulho de bombas e luzes de helicóptero no seu quarto, dentro do Crusp. Na sala, havia fumaça.

"Pensei que estava acontecendo um incêndio. Subi as escadas e lá em cima vi que era um cerco da polícia."

Segundo ele, as principais entradas do Crusp foram bloqueadas, algumas com cavalaria da PM. Os alunos eram impedidos de sair, e funcionários do restaurante central que chegavam também não puderam entrar.

A garota que divide apartamento com Rodarte ficou com os olhos irritados pela fumaça, diz ele. Outra colega, que saía de um dos prédios do Crusp, teria sido ferida por uma bala de borracha.

Hoje, o Crusp tem 1.528 moradores.

A investigação vai ser aberta pela Polícia Civil assim que o documento for entregue, segundo o diretor do Decap, Carlos Pascoal de Toledo. Até ontem, a denúncia não havia sido recebida pelo órgão.

A PM deu informação parecida --a Corregedoria deve começar a apuração assim que o documento for recebido.

Fonte: Folha.com
Enviado por: Renato - UFRRJ

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