terça-feira, 17 de abril de 2012

Polícia controla manifestação de movimentos sociais na UFU

Integrantes de movimentos sociais ligados a pelos menos cinco organizações sem-terra manifestaram nesta terça-feira (17), pela manhã, na porta da reitoria da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Durante a aglomeração, um dos seguranças da instituição disparou com um revólver para o alto e houve confusão, porém, ninguém ficou ferido. A Polícia Militar (PM) enviou mais de dez viaturas ao local para conter o tumulto.
O protesto, composto por representantes de organizações como MST, MLST, MSTB e MPRA, integrou o “Abril Vermelho”, uma campanha pela reforma agrária e pela punição dos policiais que participaram do assassinato de 21 sem-terra de Eldorado dos Carajás (PA) em 1996. Desde ontem, pela campanha, os movimentos rurais do Brasil têm realizados atos em todo o território brasileiro.

Entretanto, os manifestantes reivindicavam, especificamente, o suposto fim da assessoria jurídica popular oferecida pela UFU aos movimentos sociais na cidade. “Também estamos aqui para lembrar a morte de três líderes sem terra executados em Uberlândia em março deste ano”, disse Edvaldo Soares, representante dos manifestantes em Uberlândia.

Segundo apurou preliminarmente a PM, o tiro dado pelo segurança ocorreu para dispersar a massa quando alguns manifestantes tentaram impedi-lo a força de fechar o portão de entrada da reitoria. Pelo ato, o vigilante chegou a ser contido por militares. Depois, foi conduzido à delegacia da Polícia Federal (PF), ouvido e liberado. A arma, um revólver calibre 38, foi apreendida e um boletim de ocorrência sobre a situação foi confeccionado.

O delegado federal Ademir Clementino Soares esteve no local logo após o tumulto e afirmou que será instaurado um inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato. “Ouvirei testemunhas de ambos os lados e arma será periciada. O que importa para nós é descobrirmos a verdade dos fatos”, disse.

Contestação

Uma sindicância administrativa para apurar internamente a situação também será aberta, segundo informou o vice-reitor da UFU, Darizon Alves de Andrade. “Eu não estava na reitoria no momento do tumulto. A ordem de fechar o portão não foi dada pelo gabinete”, disse.

O professor, que administra a universidade enquanto o reitor, Alfredo Júlio Fernandes Neto, está fora da cidade, contestou que a reitoria tenha intervido na assessoria jurídica popular oferecida aos movimentos. Até então, segundo ele, o atendimento estava funcionando normalmente. No entanto, afirmou que receberia representantes dos movimentos para ouvir quaisquer que sejam as reivindicações.

Pelo Brasil

O Abril Vermelho é promovido todos os anos, com manifestações e ocupações de fazendas, em várias partes do país, para lembrar o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, no Pará.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupam, desde o início da manhã de ontem (16), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no centro do Rio de Janeiro.

Já no Paraná, os manifestantes fecharam na manhã de hoje (17) duas rodovias, a BR-277 e a BR-116. De acordo com a assessoria do movimento, a ocupação foi pacífica e durou 21 minutos em cada local.

Em São Paulo, a rodovia Anhanguera, que liga a capital ao interior de São Paulo também foi bloqueada. Durante a manifestação, cerca de dois quilômetros de filas se formaram em cada um dos sentidos das pistas.
Fonte: Correio de Uberlândia

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