terça-feira, 25 de julho de 2017

Jornal de estudantes da UFU apresenta matéria sobre policiamento no campus

Policiamento na universidade: até onde estamos seguros?


Na Universidade Federal de Uberlândia a atuação da Polícia Militar tem levantado discussões.| Foto : Roberto Vicente

Nos últimos anos – em especial, após a tentativa de estupro ocorrida em um dos banheiros da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no campus Santa Mônica, em setembro de 2015 –, a Polícia Militar (PM) se fez mais presente nas imediações da Universidade, atuando com viaturas e motos. Alguns fatos ocorridos recentemente, no entanto, retomaram a discussão sobre a presença policial dentro da instituição.

Um exemplo foi o ocorrido na manhã de 06 de junho deste ano, quando, após denúncia anônima, houve um patrulhamento ostensivo dentro da UFU. A abordagem aconteceu em frente ao bloco do curso de Filosofia, 1U, com poucas testemunhas presentes. Os discentes interpelados estavam em aula vaga, sem posse de nenhum tipo de substância ilícita e, segundo relatos de fontes anônimas, a abordagem ocorreu de forma padrão, com a seguinte sentença: “todo mundo de pé, com a mão na cabeça! Nós vamos revistar!”.

Foi solicitado, inclusive, que estudantes do sexo feminino levantassem a blusa. “A gente simplesmente foi abordado desde o início. Eu já cheguei falando ‘cara, eu queria me sentir segura na universidade, o que é isso?’ Você está indo para a sua aula, são nove horas da manhã e nem café você tomou. Chegam oito policiais e mandam você levantar e pôr a mão na cabeça. No mínimo, você se pergunta se isso está acontecendo”, argumenta uma das jovens, que preferiu não se identificar.

Além disso, houve ameaças de prisão por associação ao tráfico e insinuações de que os discentes portavam drogas ilegais. Por fim, um jovem foi apreendido. Este carregava substância ilícita em sua mochila, entretanto não possuía vínculo com a UFU e não era próximo do grupo de alunos. Dois dias depois, foi realizado um patrulhamento ainda maior no campus, desta vez com apreensão de alunos da Universidade e encaminhamento para o posto policial.

O que dizem especialistas

Segundo o coordenador da Divisão de Vigilância e Segurança Patrimonial (DIVIG) da UFU, João Delfino Diniz, é um dever da Polícia Militar assegurar a segurança pública, não cabendo à DIVIG ações nessa área. Ambos devem agir em consonância. Para o coordenador, casos de abuso de força são isolados, dentro ou fora da universidade. O comando se posicionou como não conivente com essas ações.

Edilson José Graciolli, professor do Instituto de Ciências Sociais (INCIS) da UFU, mostra alguns caminhos para a resolução do problema. Para ele, num primeiro momento, seria interessante a retomada de debates, com a apreciação dos conselhos superiores sobre o uso de álcool e drogas na universidade, além do requerimento de políticas institucionais que abordem tal questão. “Não se trata, ao meu ver, de um problema de gestão, e sim de um problema institucional”, declara o docente.


Mais informações legais sobre o processo se encontram no site da Justiça Federal. O processo consta em número 0011534-56.2013.4.01.3803

Fonte: http://www.agenciaconexoes.org/single-post/2017/07/25/Policiamento-na-universidade-at%C3%A9-onde-estamos-seguros

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